19 de fev. de 2008

Lá estava ele...

Lá estava ele.

Sozinho novamente, se confrontando com seus sonhos e desejos. Pensava que poderia ter uma vida melhor, talvez mais aventuras, mais coisas novas em sua vida. Talvez morasse em Madri ou Paris. Mas sabia que seu caminho fora definido por suas próprias escolhas, trilhadas conforme o seu próprio plano, sejam bem planejados ou não, sejam os planos que ele queria ou não.

Ao acordar, abria os olhos e não conseguia muito bem definir o que pensava, quem ele era, qual o caminho certo. Sabia que o tempo passara e que tudo que passou não voltaria mais, sabia também que o futuro ainda era algo indefinido, o futuro estava apenas esperando suas ações pra que acontcessem.Ele sabia disso, mas não sabia bem o que esperava do futuro, ou se realmente esperava algo. Talvez ele vivesse uma vida que não desejara, mas que conseguira por necessidade, por esforço próprio, ou talvez por não fazer esforço algum.

Se sentia inerte perante os acontecimentos, ora se sentia feliz, ora muito triste. No fundo ele queria acreditar que sua vida fora o que desejara até o momento atual, mas não tinha muita crença nisso.

Ele definira sua vida como algo que precisava passar, mas se ressentia por não ter lutado mais, por não ter arriscado mais, por não ter acreditado mais no que a vida tinha a lhe oferecer.

Algumas vezes via filmes, lia poemas, sofria com isso, pois sentia na pele as conseqüências de todos os seus atos, sentia na pele as marcas dos seus erros, isso lhe destruía aos poucos, lhe derretia a cada dia, como o gelo ao ser exposto ao sol.

Ainda tem esperança no coração de que as coisas mudem, pois sabe que fases vem e vão, mas não sabe muito bem como mudar isso.Tudo que ele quer no momento, é se sentir vivo, ter a alegria no coração, e não perder a fé no que há de vir, luta com todas as forças pra que isso ocorra, mas em alguns momentos fraqueja, cai e sente o desalento tomar-lhe as idéias.

Tenho certeza que ele conseguirá vencer seu desafio e voltará a sentir a vida correndo nas suas veias novamente, porque se não conseguir se tornará um cadáver em vida. E ele já vivera muito tempo uma morte em vida. Não queria mais isso. As coisas teriam que mudar de qualquer jeito.

Às vezes encontram ele por aí em algum lugar, dando sorrisos, fazendo brincadeiras, sua máscara está muito bem colocada, é quase imperceptível as sensações internas que lhe fazem se sentir tão vazio. Mas ainda sim tenho fé nele!

(texto adaptado por mim extraído do blog do meu amigo saxofonista Fábio Ramos (www.confissoesdeumsaxofonista.blogspot.com)

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